Dica de edição: Comprimento da frase

  • A concisão na escrita é importante? As revistas se preocupam com o comprimento ou complexidade das frases? Prolixidade é um problema?
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Atualizado em 11 de julho de 2017

aje editing tips

A boa escrita é concisa. Assim, uma sentença não deve conter palavras desnecessárias, e um parágrafo não deve ter sentenças supérfluas. É por este mesmo motivo que um desenho não deve ter linhas sobrando, e uma máquina não deve ter partes das quais não precisa. Isso não quer dizer que o escritor deva escrever somente frases curtas, ou que ele deva evitar detalhes e tratar assuntos apenas de modo geral. Pelo contrário! Ele deve fazer com que cada palavra tenha o seu lugar. - Strunk and White, The Elements of Style [em português, Os Elementos do Estilo]

A sabedoria popular diz que, tanto na escrita em geral como na científica, sentenças mais curtas são sempre melhores. Além disso, assume-se que os não-nativos da língua inglesa devam prestar mais atenção no comprimento da sentença devido a uma tendência à prolixidade. Assim, muitos não-nativos da língua inglesa, ao escreverem artigos, se preocupam em encurtar as sentenças durante o processo de revisão.

Por outro lado, artigos científicos são conhecidos por suas frases longas. Um conjunto de diretrizes para autores afirma que uma frase de tamanho médio contém de 12 a 17 palavras, enquanto outra fonte relata uma média de 25 a 30 palavras na literatura revisada por pares, com algumas frases contendo mais de 60 palavras na amostra estudada. Para fins de comparação, o comprimento médio das frases da autora de "Harry Potter," JK Rowling, que representa o escritor inglês moderno com audiência geral, é de 12 palavras, e a primeira metade desta frase contém 27 palavras. Para garantir legibilidade, várias fontes aconselham pesquisadores a escrever artigos com frases de aproximadamente 20 palavras.

Curiosamente, as frases de artigos submetidos, ou aceitos para publicação, escritas por não-nativos da língua inglesa são geralmente mais curtas do que as escritas por nativos da língua inglesa. Um estudo conduzido em artigos publicados no _British Journal of Surgery_ constatou que as sentenças e as palavras (medidas em sílabas) usadas por não-nativos da língua inglesa eram estatisticamente bem mais curtas do que aquelas usadas por nativos. Isso pode ser atribuído à tendência de nativos da língua inglesa em usar sentenças mais longas e complexas. Além disso, como os nativos da língua inglesa sentem menos pressão com relação à qualidade da escrita, eles acabam sendo menos diligentes em evitar prolixidade.

Ao invés de tentar adaptar cada sentença para conter um certo número de palavras, concentre-se na quantidade de informações transmitidas em cada sentença. Uma sentença é muito longa se, ao chegar ao final dela, o leitor não se lembrar de como a sentença começou. Frequentemente, aconselha-se que escritores devam se certificar de que cada sentença transmita apenas uma ideia. Porém, pode ser difícil decidir o que delimita “uma ideia”, especialmente quando se trata de relatar os resultados de uma pesquisa. Uma alternativa é pensar nas paradas entre as frases como sendo lugares na narrativa onde o leitor deve pausar e analisar as informações apresentadas, antes de continuar lendo o resto do texto.

Também é importante notar que o comprimento médio de uma frase nada mais é do que uma média. Mesmo os escritores que optam por manter o comprimento médio da sentença em, por exemplo, 20 a 25 palavras, devem misturar frases longas e curtas para manter o interesse do leitor. Frases longas têm a vantagem de fluir melhor, mas exigem mais concentração por parte do leitor, e por isso funcionam melhor quando o interesse do leitor é aguçado. Por outro lado, sentenças curtas atraem mais a atenção, e são ideais para manter seu leitor engajado na leitura. Porém, um artigo com muitas sentenças curtas, uma em seguida da outra, também não é bom. Misturar esses dois tipos de frases, curtas e longas, prende bem mais a atenção de sua audiência durante a leitura.

Em suma, o ditado “mais curto é melhor” é uma simplificação sobre o comprimento de frases em artigos científicos. Em vez disso, tanto nativos quanto não-nativos da língua inglesa devem ter certeza de que cada sentença tenha o comprimento apropriado para a idéia que ela expressa.

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Escrevendo um artigoDicas de ediçãoEscrita concisaEstrutura de sentença e parágrafo
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